domingo, 25 de julho de 2010

O vale do Nahanni

O Vale Nahanni

É um lugar dos sonhos, um paraíso no norte gelado do Canadá. Alguns disseram que o vale estaria cheio de ouro. Pelo menos uma dúzia de pessoas entrou e nunca mais saiu. Os índios dizem que este lugar é o lar dos demônios. Quando se explora os lugares mais remotos do Nosso Mundo é preciso coragem, mas no vale do rio Nahanni a coragem pode não ser suficiente.

Os índios têm ocupado as terras ao redor do rio Nahanni a milhares de anos e histórias antigas falam da tribo Naha que habitava as montanhas e era forte e cruel, mas que de alguma forma desapareceu sem deixar vestígios. Nos anos de 1700 ocorreram os primeiros contatos dos nativos com europeus e por volta um século depois quase todas as famílias indígenas já haviam abandonado seu estilo de vida nômade.

Nahanni

As lendas recentes do Nahanni começaram no final do século XIX e início do século XX quando muitos exploradores cruzavam o noroeste do Canadá procurando por ouro. Conta-se que por volta de 1908 foram encontrados os corpos decapitados de dois garimpeiros, Frank e Willie McLeod. Nos anos que se seguiram várias outras mortes foram sendo relatadas.

Era 1910 quando o prospector Martin Jorgensen também foi encontrado morto na região. Os ossos de outro garimpeiro, Yukon Fisher, foram descobertos perto de um riacho, em 1928. Logo depois três caçadores desapareceram no vale e em 1945 foi encontrado o corpo do mineiro Ernest Savard, ele estava dentro de seu saco de dormir e a cabeça havia desaparecido. Pouco antes de 1947 um garimpeiro chamado Frank Henderson tinha marcado um encontro com seu amigo, John Patterson, mas John nunca mais foi visto.

Nahanni

Muitas explicações foram propostas para as várias mortes e desaparecimentos. As decapitações de Frank e Willie foram atribuídas a um ataque de Sasquatch, ou seja, um Pé Grande. Outros sugerem que tudo talvez fosse culpa do waheela, um lobo gigantesco, muito maior que um urso e que é mencionado nas lendas dos indígenas desde tempos imemoriais. Os nativos acreditam que espíritos do mal e demônios habitam a região. Hoje a explicação mais aceita é de que o frio e animais selvagens como ursos e lobos sejam os culpados pelas mortes.

Nos anos de 1970 o vale e as regiões próximas foram transformados em um parque nacional e em 1978 ele se tornou Patrimônio Mundial pela UNESCO. Atualmente cerca de 900 pessoas visitam o Parque anualmente procurando por aventura e belíssimas paisagens. Como se percebe pelas imagens opções não faltam. Com cachoeiras, florestas, campos, rochedos, montanhas, fontes termais, cavernas e geleiras o parque é perfeito para o ecoturismo, mas não se pode esquecer de um detalhe, ele é frio, muito frio.

Nahanni

O Parque Nacional de Nahanni hoje é conhecido de vários praticantes de esportes radicais e possui algumas das corredeiras mais famosas do mundo entre os amantes do rafting e da canoagem. O primeiro explorador a descer o rio com botes infláveis foi Jean Poirel, que durante suas quatro expedições descobriu mais de 200 cavernas, uma das quais possuía ossadas de 116 carneiros que haviam morrido de fome centenas de anos antes.

A cachoeira mais procurada chama-se Virginia Falls, com uma queda total de 96 metros. No centro da cachoeira está uma rocha chamada de Mason’s Rock em homenagem a Bill Mason, um dos mais famosos canoístas brasileiros. O parque conta ainda com várias outras cachoeiras, paredões para escalada, trilhas e cânions espetaculares.

Nahanni

Apesar das histórias macabras e de ser acessível apenas de barco ou pelo ar (helicópteros e hidroaviões) o lugar é incrível e merece uma visita. Como todos os outros que mencionei aqui no blog, ele já está em minha lista de locais que eu gostaria de visitar.

Ainda hoje os descendentes dos indígenas têm certo receio de entrar no vale, em seu idioma original a palavra Nahanni pode ser traduzida como espírito e eles avisam que não deram esse nome a toa. E então, alguém arrisca uma visita? O que acharam de mais essa dica de viagem?

Fernando Williams

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Top 5 desaparecimentos misteriosos


Milhares de pessoas desaparecem todos os anos e grande parte delas são encontradas, vivas ou mortas, mas algumas desaparecem em condições tão misteriosas que fazem suas histórias serem lembradas para sempre. No Top 5 de hoje selecionei os desaparecimentos mais misteriosos ocorridos em terra firme, aproveitem pois esse é o Top 5 desaparecimentos bizarros:

Azaria, a saga do bebê australiano

Na noite de 17 de agosto de 1980 Lindy Chamberlain e sua família acampavam perto da rocha de Ayers, nas savanas australianas. Lindy viu um dingo diante da porta aberta da barraca e balançando um objeto pequeno em sua boca. Quando foi checar o berço de sua filha, Azaria, havia apenas uma poça de sangue no chão. Exames iniciais indicavam que um dingo (uma espécie de cão selvagem) havia matado e levado o bebê, mas Lindy e seu marido acabaram sendos acusados e depois inocentados. A investigação final sobre a morte de Azaria, em 1995, considerou o caso oficialmente não-resolvido. Em 2002 foi sugerido que talvez a irmã de Azaria, Reagan Chamberlain, na época com 4 anos pudesse ter assassinado o bebê. O corpo nunca foi encontrado. Hoje a mãe afirma que “Todas as respostas foram encontradas.” Mas será mesmo?



Virgil Wade Tackett, o menino que esqueceu quem era

Em maio de 1986, Virgil Wade Tackett, de 17 anos, deixou a cidade de Hillsboro, Ohio para trabalhar no Alasca. O jovem garoto conseguiu um emprego em uma fábrica de enlatados. Durante um fim de semana ele, outro garoto e um cachorro entraram em um bote de 14 pés e saíram para pescar. Segundo o outro garoto, Tackett o deixou e ao cachorro em uma ilhota e saiu com o bote. Como o amigo não voltou, o adolescente fez sinal para um barco que passava. A Guarda Costeira realizou extensas buscas, mas só encontraram o bote, encalhado em um banco de areia perto de Chichagof, com o motor ainda engatado. Tackett passou a ser visto ocasionalmente em vários locais e em todas às vezes parecia não se lembrar de quem era e o caso permanece sem solução até hoje.



Um desaparecimento fantástico em Stonehenge

Era agosto de 1971 quando um grupo de “hippies” decidiu armar tendas no centro do círculo de pedras de Stonehenge para passar a noite. O acampamento foi abruptamente perturbado por volta das duas da madrugada por uma severa tempestade. Um fazendeiro e um policial que estavam nas redondezas viram as pedras do antigo monumento serem iluminadas por uma luz azul e escutaram gritos de socorro vindos do local, os dois rapidamente correram para ajudar mas para sua surpresa não encontraram ninguém, o acampamento estava vazio e todos os seus membros sumiram sem deixar rastros em um dos muitos eventos misteriosos envolvendo a planície de Stonehenge.


Percy Fawcett e a cidade Z

Em 1925 o arqueólogo britânico Percy Fawcett, seu filho mais velho e Raleigh Rimell partiram para a Amazônia em busca da mítica cidade Z. Eles nunca mais voltaram. Surgiram inúmeras teorias envolvendo fome, doenças, condições do tempo, loucura, tribos canibais e até a suposição de que tivessem encontrado a tal cidade e por algum motivo ficado por lá. Em 1927 uma das placas de Fawcett foi encontrada por moradores locais e em 1933 uma bússola do mesmo tipo das usadas pelo arqueólogo também foi achada. Mais de 100 pessoas morreram em várias expedições realizadas para descobrir o destino final de Fawcett e seus companheiros, destino esse que provavelmente nunca será conhecido.


A vida perdida

Em novembro de 1930, um caçador chamado Joe Labelle caminhava em direção a uma comunidade de esquimós com cerca de 2000 habitantes perto do Lago Anjikuni, no norte do Canadá. Quando chegou ao local ele estava deserto, mas a comida estava nos armários e os trenós continuavam em seus lugares. Os corpos do cemitério também haviam desaparecido. Para tornar as coisas mais complicadas – ou não – a Polícia Montada do Canadá afirmou que nada havia acontecido e que Labelle havia mentido ou se enganado, uma vez que era normal as tribos abandonarem suas casas já que muitas eram seminômades. Um livro publicou mais tarde que 30 e não 2000 pessoas haviam desaparecido, mas a falta de provas desacreditou a história e assim o suposto desaparecimento da Vila Inuit continua sendo um mistério.




Aqui eu reuni os 5 desaparecimentos que considero mais bizarros, de um bebê morto cujo corpo nunca foi encontrado até uma aldeia de existência duvidosa, obviamente que outras histórias igualmente interessantes acabaram ficando de fora da lista e como exemplo posso citar o caso da menina Madeleine, além disso outras pessoas continuarão a desaparecer, investigações serão feitas, matérias serão escritas e muitas teorias ainda serão criadas antes que se chegue se quer perto da verdade.
E você o que achou da lista? Conhece alguma outra história bizarra de desaparecimento?

Fernando Williams

Top 5 cápsulas do tempo



Deixar mensagens ou objetos para serem encontrados por outras pessoas em algum tempo no futuro pode parecer coisa de cinema, mas ao longo dos séculos várias pessoas, empresas e organizações criaram maneiras de tornar isso realidade. Aproveitem o presente, pois esse é o Top 5 cápsulas do tempo:

Uma cápsula do tempo esquecida

Em 1963 foi criada uma cápsula do tempo em comemoração ao quinto aniversário da General Dynamics em San Diego, Califórnia. Ela deveria ser aberta em 2063 e continha entre seus itens um pequeno livro com as previsões de cientistas, políticos, astronautas e militares sobre como estaria a exploração do espaço um século depois. Vários anos se passaram e no final de 1990 a cápsula já havia sido esquecida, o prédio onde estava guardada foi demolido e ela foi completamente destruída. Por sorte foram feitas cerca 200 cópias do livro e alguns deles existem até hoje.

A cápsula do tempo do Yahoo

No dia 08 de novembro de 2006 o Yahoo! terminou a sua própria cápsula do tempo. Durante meses a empresa reuniu em um arquivo digital 170.857 relatos (em áudio, vídeo e fotografias) sobre como era o mundo em 2006. Após o fechamento da caixa a coleção foi entregue ao Smithsonian em Washington DC, para ser aberta em 2020 durante o 25º aniversário do Yahoo! Hoje se acredita que ela seja uma das maiores compilações digitais dos pensamentos humanos reunidos em um único lugar. Aqui você pode assisir um vídeo sobre a cápsula do tempo do Yahoo! e assim saber mais sobre ela.





A maior cápsula do tempo já construida

Harold Keith Davisson era o dono de uma loja e uma celebridade local na cidade de Seward, Nebraska. Quando resolveu criar sua própria cápsula do tempo ele não estava preocupado com o futuro, o principal objetivo foi criar a maior que existe e deixar para seus netos uma lembrança da vida na década de 1970. No interior dela Harold colocou 5000 itens, entre eles um par de calcinhas e um Chevy Vega, o carro mais barato que conseguiu encontrar. Selada em 4 de julho de 1975 para ser inaugurada em 4 de julho de 2025, o Guinness Book considerou ela a maior do mundo, mas a Oglethorpe University afirmava que a sua era ainda maior e o Guinness excluiu a categoria. Harold então aumentou sua cápsula, construindo uma pirâmide de concreto sobre ela e colocando em seu interior um segundo carro totalizando 45 toneladas. Ele morreu em 1999 na idade de 91 anos.




A cápsula com o item mais valioso

Em 1968 quatro cápsulas do tempo foram seladas no mesmo local na cidade de Amarillo, Texas, para comemorar o centésimo aniversário da descoberta do hélio. As quatro colunas contêm livros, documentos e objetos selados em atmosferas de hélio para dizer as futuras gerações como era a vida nos anos 60. Cada coluna será aberta depois de 25, 50, 100 e 1000 anos. A primeira foi aberta em 1993 e significava a dependência que o homem tem dos recursos naturais. A coluna dos 50 anos representa os avanços da indústria no uso dos recursos da Terra. A cápsula dos 100 anos simboliza a relação do desenvolvimento da ciência com os recursos naturais. A coluna dos 1000 anos significa os esforços humanos para preservar o planeta. Um dos itens na coluna de 1000 anos é uma caderneta de poupança no valor de 10 dólares registrada em um banco de Oklahoma City que rende 4% de juros compostos anualmente. Até 2968 a conta irá valer mais de US$ 1.000.000.000.000.000 (US$ 1 quatrilhão).



Uma cápsula do tempo fora do planeta Terra

KEO é o nome de uma cápsula que deveria ter sido finalizada em 2003 levando para o espaço mensagens e fotos de todas as culturas, uma gota de sangue humano escolhido ao acaso e encerrado em um diamante, o DNA do genoma humano, um relógio astronômico, uma enciclopédia do nosso conhecimento e amostras de ar, água e terra. O projeto foi concebido em 1994 pelo cientista francês Jean-Marc Philippe e o nome KEO representa (teoricamente) os três sons mais comuns nas línguas faladas hoje, K, E e O. O lançamento foi adiado para 2006, depois 2007/08, então 2010/11 e agora para 2012, caso ele ocorra o satélite deverá voltar a Terra 50000 anos depois. Aqui você pode criar sua própria mensagem para ser enviada com o KEO.

Está lista contém apenas cinco das muitas cápsulas já construídas, algumas foram esquecidas, outras acabaram destruídas e várias continuam lá, apenas esperando o momento de serem abertas. Apesar desses esforços nenhuma cápsula do tempo jamais poderá conter a enorme quantidade de pensamentos, de emoções e de histórias de todas as pessoas de nosso discreto planeta. Nada conhecido pode representar fielmente a complexa vida humana.
E você alguma vez já fez ou pensou em fazer a sua própria cápsula do tempo?

Fernando Williams